#AskGlaston Episódio 46: O vidro da foto era realmente temperado?

Nesta semana, estamos tratando um conjunto de questões referentes ao vidro quebrado visível na foto recebida, como também a questão sobre o vidro resistente ao fogo:

  1. Poderia dar-nos a sua opinião de se o vidro da foto era realmente temperado?
    Esses tipos de fragmentos de vidro são evidência de uma têmpera correta?
    Qual poderia ser a causa do aparecimento de facas longas e estreitas de vidro em diferentes fraturas?
    É possível prevenir o aparecimento dessas facas e quais passos seriam necessários para isso?
  2. Parece ser que existe um mercado crescente que oferece diferentes soluções de vidro resistente ao fogo. Existe alguma coisa especial na linha de têmpera que pode processar vidro para aplicações de vidro resistente ao fogo (FRG na sigla em inglês)?

Para as questões desta semana, veja nossa resposta completa em vídeo abaixo!

Poderia dar-nos a sua opinião de se o vidro da foto era realmente temperado? Esses tipos de fragmentos de vidro são evidência de uma têmpera correta? Qual poderia ser a causa do aparecimento de facas longas e estreitas de vidro em diferentes fraturas? É possível prevenir o aparecimento dessas facas e quais passos seriam necessários para isso?

O padrão de quebra de vidro depende do ponto de quebra inicial e das condições externas de tensão, como dobramento ou estrutura do vidro. O vidro também necessita tensão de tração interna para fragmentar. Normalmente, um teste de quebra padronizado (EN12150-1) é realizado de modo que o ponto de quebra inicial encontra-se perto do canto da vidraça. Portanto, as primeiras peças têm espaço para se deslocar longe do vidro.

No entanto, no caso observado na foto, o ponto de fratura inicial do vidro está no centro do vidro. Além disso, é possível que o vidro tenha sido dobrado ou emoldurado quando a fragmentação aconteceu.

Como o vidro necessita sofrer tensão de tração para quebrar, e neste caso a fragmentação começou no centro, os primeiros fragmentos vão aumentando a compressão no centro do vidro e isso diminui a possibilidade dos fragmentos se dividirem. Por isso aparecem esses estilhaços grandes formando um padrão de fragmentação.

Para evitar esse tipo de estilhaço, o nível de tensão deve ser aumentado. E exatamente isso é requerido para o vidro automotivo, onde o teste padronizado (ECE R43) é realizado de modo que os pontos de fratura inicial estejam no centro e o padrão define o tamanho exato que os estilhaços podem ter na fragmentação.

Parece ser que existe um mercado crescente que oferece diferentes soluções de vidro resistente ao fogo. Existe alguma coisa especial na linha de têmpera que pode processar vidro para aplicações de vidro resistente ao fogo (FRG na sigla em inglês)?

De momento, o vidro resistente ao fogo (FRG na sigla em inglês) é um mercado de crescimento rápido. E a pergunta é difícil de responder. Existem diferentes pontos que necessitam ser considerados quando o vidro é projetado para ser FRG.

Um fato é que existem diferentes classificações de FRG, dependendo, por exemplo, da intensidade e integridade. Isso faz com que existam certas limitações em termos do tempo que o vidro necessita estar no calor. Conhecendo essas classificações, elas definem certas exigências quanto à compressão da superfície do vidro.

No caso do vidro FRG, que é feito como um vidro temperado forte, a diferença é que esse vidro tem uma compressão da superfície muito superior. Portanto, respondendo a pergunta, a diferença é que a linha de têmpera FRG tem a capacidade de criar um nível de compressão da superfície muito superior que a linha tradicional.

Existem várias opções diferentes para conseguir isso. Pode ser feito através de um sistema de resfriamento mais potente, de um sistema de ar comprimido assistivo ou através de aquecimento do vidro a uma temperatura mais alta, por exemplo, com um sistema de transporte por rolos densos ou usando uma tecnologia de aquecimento por flutuação do ar.

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Sobre o autor

Antti Aronen

An experienced researcher and engineer in the field of theoretical and experimental research, Antti is Glaston’s Senior Research Engineer in D&I. He is passionate about sharing his deep knowledge of glass products and processes with others. His PhD thesis was on glass heat treatment, and he continues to enthusiastically model the tempering process today. An innovator at heart, he has even registered some patents over the years. To counterbalance living at the top of the world in Finland, he spent nearly 4 years “down under” as a Research Fellow at the University of Sydney in Australia.

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